Um homem que abusou sexualmente da própria filha por cerca de dois anos foi condenado a 35 anos, cinco meses e 18 dias de reclusão em regime fechado em Taió, no Alto Vale do Itajaí.
De acordo com a Justiça, ele foi sentenciado pelos crimes de estupro de vulnerável e estupro qualificado pela menoridade da vítima, ambos de forma continuada, desde que a vítima tinha 12 anos de idade. Segundo a Justiça, os abusos ocorreram dentro da casa da família, enquanto a mãe estava no trabalho.
Segundo a Justiça, a vítima, que denunciou os abusos do pai, chegou a pedir novo depoimento para desmentir os fatos durante o processo, por conta da pressão de familiares. Consta nos autos que a menina tinha receio de expor os abusos a que era submetida justamente pelas consequências que a família teria de suportar, principalmente a prisão do pai, principal apoio financeiro da casa.
Família demorou para acreditar na vítima
Segundo o juiz Jean Everton da Costa, não houve dúvidas de que o pedido da vítima para desmentir os fatos ia no sentido contrário das demais provas que constam no processo. Com isso, a conclusão do juízo foi de que as condutas denunciadas de fato ocorreram.
“Não tenho dúvidas de que a coragem da qual ela foi imbuída ao contar os fatos ao seu namorado e denunciar à autoridade policial acabou com o terror pelo qual passou por anos, o qual nem sequer sou capaz de imaginar, mas gerou um problema econômico para sua família com a ausência do pai, claramente arrimo de família e, até então, ‘herói’ da sua irmã e ‘marido exemplar’. Tanto é verdade que nem sequer a mãe da vítima deu crédito à versão por ela apresentada inicialmente”, cita o juiz.